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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Hidroeletricidade


De: Soriano Neto [mailto:msorianoneto@gmail.com]
Enviada em: terça-feira, 3 de janeiro de 2012 22:48
Para: undisclosed-recipients:
Assunto: Fwd: Hidroeletricidade, matéria-prima indispensável para o desenvolvimento do país.



Data: 3 de janeiro de 2012 09:30
Assunto: Hidroeletricidade, matéria-prima indispensável para o desenvolvimento do país.
Para:



UM EXCELENTE ARTIGO, DE QUEM CONHECE O ASSUNTO PARA CESSAR A DISCURSEIRA DOS ECOCHATOS A SERVIÇO DO ROMANTISMO OU DO 1º MUNDO, ASSIM COMO PARA INFORMAR ÀS "VACAS DE PRESÉPIO" QUE ATACAM A HIDRELÉTRICA PORQUE ACHAM QUE É CHIQUE.
PARA SORTE DO BRASIL O POVINHO POCOTÓ TEM DE DORMIR À NOITE, O QUE DÁ ALGUM TEMPO PARA O PAÍS SE REFAZER!

 Hidroeletricidade, matéria-prima indispensável para o desenvolvimento do país.
Uma boa discussão / Artigo / Carlos R. A. Nascimento
29/12/2011
CARLOS R. A. NASCIMENTO é diretor-presidente da Norte Energia, responsável pela Hidrelétrica de Belo Monte.

A geração de energia no Brasil jamais foi debatida com tamanha intensidade e paixão. A construção da Hidrelétrica Belo Monte tem sido motivo de embates acalorados envolvendo especialistas, estudantes e leigos. Isso contribui para disseminar a importância da hidroeletricidade como matéria-prima indispensável para o desenvolvimento do país e a consequente geração de emprego e renda para os brasileiros, especialmente aqueles da região do Xingu e do estado do Pará.
O Brasil tem pela frente o desafio de, anualmente, incorporar mais 5 mil megawatts ao Sistema Interligado Nacional, de modo a garantir energia a um país cuja expansão da economia tem superado a de nações como Estados Unidos, Alemanha e Japão. E, em que pese a divergência de opiniões acerca da construção de Belo Monte, é indiscutível que a energia hidrelétrica é a mais segura, confiável, limpa, renovável, além de mais viável economicamente. Principalmente em um país como o nosso, que detém o maior potencial hídrico do mundo, mas que explora apenas 30% dessa capacidade.
Conhecer mais a fundo o projeto de Belo Monte é o primeiro passo para um debate saudável. Não há mais espaço para discursos vazios e informações equivocadas. Os jovens brasileiros, principalmente os universitários, mostraram que a sociedade está "ligada" e pronta para fazer um debate sério quando confrontada.
Belo Monte terá um reservatório de 503km2, sendo que 228km2 são a própria calha do rio. E parte do restante já não é a mítica floresta virgem, mas sim área de criação de gado e de agricultura. A ideia de um reservatório gigante que iria atingir terras indígenas já está ultrapassada: a área total alagada é, hoje, pouco mais de 1/3 do previsto na década de 90, quando foi estimada em 1.225km2.
Os alardeados efeitos sobre as terras indígenas e a ideia de que os índios serão expulsos de suas terras já não têm espaço. Nenhuma terra indígena será alagada por conta de Belo Monte. E mesmo aqueles que moram na região da Volta Grande do Xingu terão garantidas suas atividades habituais de pesca e navegação, uma vez que será mantido um hidrograma de vazões do rio com esse fim.
A maior parte da eletricidade gerada por Belo Monte (70%) já está vendida para 27 distribuidoras de todo o país. Energia que irá suprir a demanda de consumidores residenciais, comerciais e industriais. O preço fechado no leilão, de R$77,97/MWh, é um dos mais baixos praticados, o que contribui para a modicidade tarifária.
A região do Xingu já vem mudando, e para melhor. Isso já é percebido em Altamira e nos demais 10 municípios da região, por meio de investimentos na área social e ambiental: construção e reforma de escolas, unidades de saúde, saneamento básico, segurança pública, além da geração de milhares de empregos para moradores locais, que já representam 67% dos empregados nas obras de Belo Monte, dos quais 15% são mulheres.
Nossa matriz tem mais de 86% de energia gerada por fontes limpas e renováveis, contra apenas 19% do restante do mundo e de 17% dos países desenvolvidos. Isso, ao lado de sermos hoje a sétima maior economia do mundo, começa a incomodar muita gente!

De outro amigo:

Enviada em: terça-feira, 3 de janeiro de 2012 22:23
Assunto: Fwd: Enc: Inaugurada nova era de geração hidrelétrica na Amazônia


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Porto Velho, 21 - A Hidrelétrica de Santo Antônio, que será a sexta maior do País e fica em Rondônia, no Rio Madeira, deve começar a gerar energia no próximo dia 28. Nessa data, a primeira das 44 turbinas da usina deve ser ligada de forma definitiva. Será a primeira turbina do tipo "bulbo" a operar na bacia amazônica – uma questão técnica que representa uma enorme mudança no modo como a região utiliza seu potencial hidrelétrico.

Isso porque a turbina bulbo aproveita a correnteza natural do rio, sendo capaz de gerar energia em larga escala sem que uma grande área da floresta seja alagada.

Assim, Santo Antônio será o oposto dos últimos empreendimentos feitos na bacia hidrográfica mais importante do País. Em 1980, o governo inaugurou a usina de Balbina (AM), considerada um desastre pela imensa área alagada e a produção pífia. Ainda no fim do regime militar, foi construída a hidrelétrica de Tucuruí, uma das maiores do Brasil, mas que também deixou muita floresta debaixo d'água (2.414 km2, contra 350 km2 em Santo Antônio) – e que, no mais, fica numa região do Pará já quase fora da bacia amazônica.

Santo Antônio fica próxima ao coração da região amazônica e terá a melhor relação entre área alagada e energia gerada, em comparação com qualquer usina brasileira. Sozinha, irá produzir 3.150 MW, cerca de 3% da atual capacidade elétrica do País. Em conjunto com Jirau, vai formar o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, que deve adicionar 6.600 MW ao sistema nacional de energia.

Após a entrada em operação dessa primeira turbina, as outras serão inauguradas num ritmo médio de uma por mês, até que, em 2016, todas estejam funcionando. A concessionária adiantou em um ano o início da geração, que ocorreria em dezembro de 2012, para antecipar receitas, mas não divulga o quanto isso vai adicionar ao caixa. O plano era fazer um evento de inauguração, que contaria com a presença da presidenta Dilma. Mas, por motivos técnicos, a turbina só poderá ser ligada nos últimos dias de dezembro, data desfavorável para a agenda política.

Primeira grande obra do governo Dilma e parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a usina de Santo Antônio é também um superlativo esforço de engenharia. No momento, 18 mil pessoas trabalham no canteiro de obras – chegou a ser 20 mil. Elas consomem 78.800 quilos de carne, 800 mil xícaras de café e 11.400 sacos de arroz por mês. A quantidade de concreto usada na construção seria suficiente para erguer 37 estádios do Maracanã. O aço empregado faria 18 torres Eiffel. O custo total deve passar dos R$ 15 bilhões.

Santo Antônio será a primeira grande usina brasileira a usar turbinas bulbo. A tecnologia já existe no País, mas em projetos menores, como a hidrelétrica de Igarapava (MG). A hidrelétrica do Rio Madeira será a maior do mundo a usar turbinas do tipo – a segunda fica no Japão e tem apenas nove turbinas. A turbina que será ligada no final do mês mede 8,15 metros de diâmetro – é menor apenas que as usadas em Murray Lock (EUA) – e tem capacidade de gerar, numa vazão ideal, 71,6 MW.

As turbinas bulbo permitem a criação de usinas do tipo “fio d’água”, ou seja, todo o volume de água que chega à barragem corre para o outro lado – não há reservatório. Isso faz o impacto de Santo Antônio ser menor. A variação da altura do rio, na parte anterior às turbinas, será de 13,9 m, pouco maior que a cheia natural do Madeira. “Isso é possível porque a turbina bulbo é mais eficiente", explica Andre Morello, engenheiro e coordenador de fornecimento eletromecânico em Santo Antônio. "Com ela, a velocidade natural da água, sem barragens, é suficiente para gerar energia significativa.”

Além disso, um recurso que já está em funcionamento é o sistema de transposição de peixes. Para subir o rio na época da piracema, os peixes passam por um canal construído na Ilha do Presídio, que fica no meio do rio. “Eles são atraídos para lá pela velocidade da água que sai do canal”, explica Morello. “Já a água que sai das turbinas, numa velocidade muito maior que a correnteza natural, não atrai os animais”, diz. O sistema foi testado no Madeira e já está sendo usado pelos animais.

Mesmo com tantos números grandes, Santo Antônio pode aumentar de tamanho. O grupo concessionário, formado por Odebrecht, Andrade Gutierrez, Eletrobras Furnas e outras empresas, submeteu à agência controladora de energia um plano para incluir mais seis turbinas no projeto, o que aumentaria a capacidade de geração para 3.580 MW. O projeto está em análise pela Aneel e pelo Ministério de Minas e Energias.

A energia produzida a partir do dia 28 já será distribuída para o sistema Acre-Rondônia. Os 3 km de linhas que ligam Santo Antônio ao sistema elétrico, também construídos pela concessionária que vai administrar a usina por 35 anos, ficaram prontos há cerca de dois meses. O potencial elétrico brasileiro, um dos diversos gargalos de infraestrutura que o país precisará solucionar nos próximos anos, será um pouco maior nos primeiros dias de 2012 do que foi em 2011 – com um custo ambiental que também olha para o futuro.


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