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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Corrigir para sobreviver

Mudanças climáticas, a sobrevivência e tecnologia
A natureza não descansa, continua testando nossa capacidade de adaptação aos seus humores e caprichos. Neste início de setembro de 2009 estamos vendo desastres que poderiam, pelo menos, terem sido menos destrutivos e perigosos se houvéssemos desenvolvido em tempo políticas de ocupação de espaços, urbanização, serviços, construção e manutenção adequados ao meio ambiente, que se revela pior e que sempre foi violento no sul do Brasil.
Talvez por efeito da distribuição dos impostos, penalizando drasticamente os estados e cidades em benefício da União, quem sabe na concentração de prioridades monetárias ao gosto dos banqueiros, ou simplesmente por omissão, estamos amargando mortes e prejuízos que já estão virando rotina nos nossos noticiários.
Precisamos aprender com países mais atentos ao meio ambiente, destacando-se nesse objetivo, saber enfrentar a violência da natureza.
O Japão, que não cansamos de citar como exemplo, está sobre placas tectônicas que o submetem a terremotos de grande magnitude e maremotos potencialmente arrasadores. Sua condição geográfica também expõe o país do Sol Nascente a chuvas intensas, tufões, vulcões e deslizamentos de terra. Pois bem, esse país, apesar disso tudo, opera usinas nucleares, tem linhas de trem de alta velocidade, metrôs, prédios enormes e tudo o mais que uma nação com cento e trinta milhões de pessoas precisa para viver com dignidade em um espaço de trezentos e setenta e oito mil quilômetros quadrados, divididos entre quatro grandes ilhas e quase sete mil menores. Visitando suas cidades e empresas podemos aprender técnicas e estratégias de convivência com o meio ambiente, que têm evitado muitas catástrofes. Entre o que poderemos ver estará a previsão meteorológica de uma cidade como a de Tóquio, onde de hora em hora saberemos o que se espera de temperatura, velocidade do vento, insolação etc. por bairro, dando ao cidadão uma segurança máxima ao pretender sair de sua casa. Tudo isso sem esquecer que esse país saiu arrasado da Segunda Guerra Mundial... A tecnologia usada para distribuição de energia, algo que posso falar com mais autoridade, oferece confiabilidade excepcional. Em qualquer canteiro de obras veremos disciplina, organização, alta qualidade das ferramentas, pessoal bem treinado, boa gerência.
Aqui, vendo reportagens de enchentes, ventanias, gasodutos, barragens etc. vamos ficando mais e mais preocupados com o futuro.
Temos vivido intensamente a mídia relativa à conservação do meio ambiente e sofrendo as hipóteses escatológicas porque existimos e consumimos talvez sem muito critério. Desastradamente o ser humano possa, eventualmente, ter ultrapassado limites de convivência com a Natureza e esteja sumariamente condenado. Essa é uma hipótese que chega a ser anunciada por alguns cientistas mais atrevidos, se, entretanto, pretendemos continuar existindo, como os prazos para mudanças globais estão acabando, precisamos rever técnicas de projeto, construção e manutenção, refazer cidades, estradas, desenvolver estudos de hidrologia e implementar sistemas de drenagem, contenção de cheias, zoneamento etc.
Obviamente tudo custa dinheiro. Obras poderão causar inflação, afinal vão gerar empregos no Brasil e, se todos os brasileiros puderem ter uma vida decente, existirá um ajuste com efeitos inflacionários. A estratégia monetarista precisará dar lugar às metas de sobrevivência e à necessidade de diminuição de ganhos dos bancos em benefício do desenvolvimento do nosso país.
Resumindo, precisamos rever critérios e técnicas e corrigir o que existe se quisermos ter mais segurança em nossa convivência com a Natureza.

Cascaes
8.9.2009

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