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sexta-feira, 13 de junho de 2014

O desafio das enchentes

As enchentes – soluções – cuidados – convivência
Enchentes[1] podem ser catástrofes com efeitos graves durante anos, além do risco de repetição, portanto exigindo ações preventivas.
Sempre que alguma emergência acontece é normal a ação de socorro e solidariedade. Essas atividades são extremamente importantes, pois as pessoas atingidas podem estar sem alimentos, água potável, agasalhos, proteção contra intempéries, segurança etc.; ou seja, a atuação precisa ser imediata, sem maiores burocracias e prazos de discussão.
Tudo pode se agravar se motoristas e passageiros ficarem isolados, o que não é raro em nosso país com estradas de centenas de quilômetros.
Para atuação imediata cidades, os estados e a União têm repartições públicas em condições de agir, mas isso também significa conhecer e agir num país continental.
Diante da frequência e hipótese de repetições, é extremamente importante que, preventivamente, as famílias, crianças, adultos, todos enfim tenham treinamento e informações necessárias e suficientes para resistir durante alguns dias até que o socorro oficial, de ONGs e voluntários aconteçam efetivamente.
Cidades onde as enchentes são comuns, como é o caso de muitas do Vale do Itajaí em Santa Catarina, possuem unidades organizadas e materiais para assistência preventiva e apoio durante esses pesadelos.
No Brasil, contudo, a migração livre de pessoas é um risco permanente, principalmente porque essas famílias desconhecem o local onde se instalam.
Precisamos, portanto, desenvolver programas educativos e elucidativos onde for necessário, inclusive em comunidades aparentemente a salvo das enchentes, mas que poderão ficar semanas sem regularidade nos serviços essenciais, alimentos, remédios etc.
Muitos portais trazem orientações valiosas, com destaque até natural criados em cidades onde as enchentes são regulares [ (1), (2), (3), etc.].
Felizmente, ao contrário de muitos países mais expostos, não temos uma série de catástrofes que, por sua vez acabam educando e orientando engenheiros, arquitetos, urbanistas, médicos, hospitais, sociólogos, eleitores e eleitos. O Brasil é um país despreparado para muitos fenômenos que poderão até vir do céu na forma de algum meteorito maior.
A verticalização das cidades e adensamentos colossais são assustadores, quando imaginamos as piores hipóteses.
Raciocinando apenas com as enchentes devemos colocar questões que são rotineiras, mas perdem impacto pela mudança de foco da mídia.
Uma das principais preocupações deve ser com as doenças típicas durante e após as águas baixarem. Leptospirose, diarreias, problemas respiratórios e infecções em geral normalmente matam muito mais gente do que os afogamentos. Temos estatísticas? Orientações efetivas? Recursos de socorro?
Tudo se agrava se as temperaturas oscilarem muito e se a higiene não for possível, assim como alguns cuidados simples e fáceis de serem tomados.
Que portais e revistas trarão essas orientações?
As grandes cidades são midiáticas, nelas é mais fácil ver e reagir; e nos lugares ermos de nosso Brasil? Nem médicos têm, quanto mais orientações seguras.
Nossos voluntários de cidades com potencial de catástrofes precisam se organizar para cobranças enérgicas, talvez formando o que o Governo Federal propõe (4) já que os instrumentos políticos de ação estão falhando vergonhosamente. Aliás, Hannah Arendt destaca isso em seu livro (5) onde deixa muito claro seu desalento com os padrões de representatividade. Atualmente, com a possibilidade de votações via internet, redes sociais, sistemas de pesquisa etc. poderemos reduzir ao máximo os poderes legislativos, tornando-os nobres órgãos de consulta e participação presencial das vontades e necessidades populares.
Infelizmente no Brasil, talvez pela sua grandeza física e apetites desmesurados de grandes grupos econômicos, nossa “democracia” tenha perdido o rumo.
O socorro a vítimas de catástrofes precisa ser prioridade de Governo assim como a inibição de migrações, ocupações e atividades lesivas que exponham essas populações a riscos excessivos.
Nisso tudo os profissionais melhor preparados devem agir energicamente através de seus órgãos de representação e até no dia a dia profissional.
Muito do que foi construído com as melhores intenções possíveis mostra agora, nitidamente, seus efeitos perversos. Em relação às enchentes, por exemplo, temos em todos os sentidos imensas rodovias e ferrovias formando autênticos diques que represam as águas, oferecendo poucos espaços para o escoamento de cheias. Esse é apenas um exemplo do que não vemos nem ouvimos debater.
Será que nossos grandes engenheiros não enxergam?
Unindo o desafio da preservação e recuperação ecológica e ambiental o Brasil precisa de novos paradigmas de projeto e construção, além até da boa operação de grandes barragens e sistema de alerta (só para lembrar um caso recente). Mais ainda, é fundamental um plano de retirada de população de áreas onde não possam existir diante da severidade do clima. O que se gasta para manter dezenas de milhões de brasileiros em lugares de vida impossível viabilizaria a descentralização radical de nossa população, afinal o Brasil tem oito e meio milhões de quilômetros quadrados, não precisando concentrar seus duzentos milhões de habitantes em espaços saturados e estratégicos aos grandes rios, exemplificando, isso sem falar da preservação do que sobrou da Mata Atlântica e outras essenciais à fauna e flora e a todos os brasileiros (pré e pós colombianos).
O desafio que colocamos é que não simplesmente resolvamos os problemas das enchentes que aconteceram, mas que estudemos ações para evitar as tragédias humanas rotineiras durante e após as enchentes.
Teremos capacidade para enfrentar esse desafio?

Cascaes
13.5.2014

2. CUIDADOS BÁSICOS. ambientebrasil. [Online] http://www.ambientebrasil.com.br/utilidadepublica/cuidados.html.
3. Cuidados com enchentes . Corpo de Bombeiros Militar - Espírito Santo. [Online] http://www.cb.es.gov.br/conteudo/dicas/detalhe/default.aspx?id=97891446-6143-476c-b6bc-62cf20507b26.
4. Federal, Governo. Política Nacional de Participação Social - PNPS e o Sistema Nacional de Participação Social - SNPS. Presidência da República. [Online] 23 de maio de 2014. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Decreto/D8243.htm.
5. Arendt, Hannah. Sobre a Revolução. [trad.] Denise Bottmann. s.l. : Companhia das Letras.










[1] Enchente ou cheia é, geralmente, uma situação natural de transbordamento de água do seu leito natural, qual seja, córregos, arroios, lagos, rios, ribeirões, provocadas geralmente por chuvas intensas e contínuas. Em mares e oceanos, os alagamentos devidos a ressacas também são denominados de enchentes, como os já ocorridos naHolanda. A ocorrência de enchentes é mais frequente em áreas mais ocupadas, quando os sistemas de drenagem passam a ter menor eficiência com o tempo se não forem recalculados ou devidamente adaptados tecnicamente. É comum o aumento das destruições devido sobretudo ao adensamento populacional de determinadas áreas sujeitas tradicionalmente a cheias cíclicas.
Como todo fenômeno natural, pode-se sempre calcular o período de retorno ou tempo de recorrência de uma enchente recorrendo-se a métodos estatísticos comumente utilizados em hidrologia, como o método de Gumbel ou de Galton-Gibrat. Quando este transbordamento ocorre em regiões com baixa ou nenhuma ocupação humana, a própria natureza pode se encarregar de absorver os excessos de água gradativamente, gerando poucos danos ao ecossistema, mas podendo gerar danos à agricultura. Existem cheias artificiais provocadas por erros de operações de comportas de vertedouro s de barragens ou por erros de projetos de obras hidráulicas como bueiros,pontes , diques etc.
Quando o transbordamento dá-se em áreas habitadas de pequena, média ou grande densidade populacional, os danos podem ser pequenos, médios, grandes ou muito grandes, de acordo com o volume de águas que saíram do leito normal e de acordo com a densidade populacional. A ciência que estuda os fenômenos das enchentes é a hidrologia, que é, normalmente, ensinada nos cursos de geografiaengenharia hidráulicaengenharia sanitáriaengenharia ambiental e outros. Algumas obras podem ser realizadas para controle das enchentes tais como bueirosdiquesbarragens de defesa contra inundações ou mesmo obras de revitalização de rios, muito utilizadas na Holanda e na Alemanha. Fonte Wikipédia em 13 de junho de 2014

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