Alertar para a necessidade de vigilância contra as grandes catástrofes, sejam elas naturais ou conseqüência do comportamento humano, e a importância da Sustentabilidade e cuidados com o Meio Ambiente. COVID e Educação, EAD, Teletrabalho e os impactos ambientais e sociais.
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domingo, 28 de fevereiro de 2010
O exemplo chileno
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sábado, 27 de fevereiro de 2010
Fiscalização e segurança de grandes instalações
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sábado, 13 de fevereiro de 2010
Vamos mudar nossas capitais para o interior?
Cidades modelo, belas capitais sustentáveis
O século 21 começou com uma enxurrada de discursos e lamentos dos ambientalistas. As mobilizações contra o aquecimento planetário culminaram com a COP15, onde seis centenas de brasileiros estiveram (quem pagou a conta?) para aplaudir as teses do Al Gore e de lá saírem rapidamente para não morrerem congelados.
Questões e teses ambientais abundam, e as soluções?
Temos desafios inegáveis, entre eles a péssima localização das capitais da maioria dos estados brasileiros. Conseqüência da tão amada história das nossas elites, devemos lembrar que os donatários das capitanias, criadas no Brasil no século 16, fixaram suas sedes em locais costeiros, lançando as bases do Brasil praieiro, que perdura até hoje.
Nossa capital, contudo, agora é Brasília, cidade que serve de apresentação ao mundo da nossa capacidade (boa e má) de inventar, desenhar, projetar e construir uma cidade no centro geográfico do Brasil. Os mineiros, já em 1897, davam o exemplo inaugurando a nova capital, paradigma inteligente para Juscelino Kubitschek, que em 1960 inaugurou nossa atual capital federal, conseqüência do empenho e entusiasmo de JK.
As mudanças dessas duas capitais assim como a criação de Palmas, capital do estado de Tocantins, podem servir de exemplo minucioso de como se devem fazer cidades, ilustrando muito bem conceitos equivocados ou acertados de nossos grandes planejadores.
Temos capitais no litoral, à beira mar, outras a centenas de metros acima do mar, junto às praias e ainda algumas a poucos quilômetros para dentro dos rios, lugares certos?
O resultado da concentração no litoral já há alguns séculos está criando metrópoles, megalópoles, verdadeiras monstrópoles em locais que deveriam ser preservados, salvos ou no mínimo preservados antes que a poluição e a expansão da cidade destruam o que ainda existe em volta. Nossos grandes rios, exceto o Rio Amazonas, nascem no leste e fluem para oeste, alguns correndo longos trechos em paralelo ao litoral até voltar para o Atlântico. Isso significa instalar milhões de brasileiros nas nascentes onde disputam as águas com os próprios rios, degradando ambientes que deveriam ser bem cuidados.
Olhando os mapas de alguns estados, entre eles Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Pará, Maranhão, Pernambuco e outros sentimos que esses estados ganhariam muito se transferissem suas capitais para o interior, em locais previamente escolhidos em função de oportunidades viárias, topográficas, com água e espaços adequados a novas e bem feitas capitais.
Quanto custaria?
Talvez zero para os contribuintes se os governos licitassem direitos de exploração de serviços e obras e deixassem para investidores privados o desafio de fazer, preservando espaços e até dando palácios para os governantes.
Podemos imaginar o belíssimo exemplo que o Brasil criaria inibindo o crescimento de cidades já grandes demais, iniciando obras dentro dos mais modernos e lúcidos conceitos de urbanismo e criando atividade econômica justa e perfeita (tanto quanto possível) a favor das gerações futuras.
Vemos o Governo Federal anunciando projetos gigantescos, por quê não dar suporte aos estados para mudanças mais do que necessárias?
É bom lembrar que a viabilização do crescimento de metrópoles custa muito caro, exige subsídios e tecnologia importada (máquinas e tecnologia sofisticadas).
Construção civil usa material brasileiro, trabalhadores brasileiros, tecnologia nacional que dominamos e podemos ensinar, mais ainda se criarmos oportunidades para os nossos urbanistas.
Cascaes
13.2.2010
O século 21 começou com uma enxurrada de discursos e lamentos dos ambientalistas. As mobilizações contra o aquecimento planetário culminaram com a COP15, onde seis centenas de brasileiros estiveram (quem pagou a conta?) para aplaudir as teses do Al Gore e de lá saírem rapidamente para não morrerem congelados.
Questões e teses ambientais abundam, e as soluções?
Temos desafios inegáveis, entre eles a péssima localização das capitais da maioria dos estados brasileiros. Conseqüência da tão amada história das nossas elites, devemos lembrar que os donatários das capitanias, criadas no Brasil no século 16, fixaram suas sedes em locais costeiros, lançando as bases do Brasil praieiro, que perdura até hoje.
Nossa capital, contudo, agora é Brasília, cidade que serve de apresentação ao mundo da nossa capacidade (boa e má) de inventar, desenhar, projetar e construir uma cidade no centro geográfico do Brasil. Os mineiros, já em 1897, davam o exemplo inaugurando a nova capital, paradigma inteligente para Juscelino Kubitschek, que em 1960 inaugurou nossa atual capital federal, conseqüência do empenho e entusiasmo de JK.
As mudanças dessas duas capitais assim como a criação de Palmas, capital do estado de Tocantins, podem servir de exemplo minucioso de como se devem fazer cidades, ilustrando muito bem conceitos equivocados ou acertados de nossos grandes planejadores.
Temos capitais no litoral, à beira mar, outras a centenas de metros acima do mar, junto às praias e ainda algumas a poucos quilômetros para dentro dos rios, lugares certos?
O resultado da concentração no litoral já há alguns séculos está criando metrópoles, megalópoles, verdadeiras monstrópoles em locais que deveriam ser preservados, salvos ou no mínimo preservados antes que a poluição e a expansão da cidade destruam o que ainda existe em volta. Nossos grandes rios, exceto o Rio Amazonas, nascem no leste e fluem para oeste, alguns correndo longos trechos em paralelo ao litoral até voltar para o Atlântico. Isso significa instalar milhões de brasileiros nas nascentes onde disputam as águas com os próprios rios, degradando ambientes que deveriam ser bem cuidados.
Olhando os mapas de alguns estados, entre eles Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Pará, Maranhão, Pernambuco e outros sentimos que esses estados ganhariam muito se transferissem suas capitais para o interior, em locais previamente escolhidos em função de oportunidades viárias, topográficas, com água e espaços adequados a novas e bem feitas capitais.
Quanto custaria?
Talvez zero para os contribuintes se os governos licitassem direitos de exploração de serviços e obras e deixassem para investidores privados o desafio de fazer, preservando espaços e até dando palácios para os governantes.
Podemos imaginar o belíssimo exemplo que o Brasil criaria inibindo o crescimento de cidades já grandes demais, iniciando obras dentro dos mais modernos e lúcidos conceitos de urbanismo e criando atividade econômica justa e perfeita (tanto quanto possível) a favor das gerações futuras.
Vemos o Governo Federal anunciando projetos gigantescos, por quê não dar suporte aos estados para mudanças mais do que necessárias?
É bom lembrar que a viabilização do crescimento de metrópoles custa muito caro, exige subsídios e tecnologia importada (máquinas e tecnologia sofisticadas).
Construção civil usa material brasileiro, trabalhadores brasileiros, tecnologia nacional que dominamos e podemos ensinar, mais ainda se criarmos oportunidades para os nossos urbanistas.
Cascaes
13.2.2010
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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Cidades e Ilhas de Calor
Ilha de calor
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Ilha de calor ou ilha de calor urbana (ICU) é a designação dada à distribuição espacial e temporal do campo de temperatura sobre a cidade que apresenta um máximo, como se fosse uma ilha quente localizada. Há um contraste grande nas fronteiras cidade-campo, cidade-floresta, cidade-corpo de água. Alterações da umidade do ar, da precipitação e do vento também estão associadas à presença de ilha de calor urbana. Em geral, nas cidades de latitudes médias e altas (onde o clima é mais frio) forma-se durante a noite, em associação com o estabelecimento de uma circulação tridimensional na camada limite urbana (CLU) cujo ramo inferior ocorre na forma de um fraco escoamento centrípeto chamado brisa urbana, com intensidade da ordem de 1 a 3 m/s.
Nas cidades de latitudes subtropicais e tropicais devido a alta intensidade da radiação solar incidente as ilhas de calor urbanas ocorrem durante o dia, agravando a sensação e o desconforto devido a elevação da temperatura e à redução da umidade relativa do ar. Nas cidades de clima frio (nas latitudes médias e altas), a ICU tem ocorrência noturna, o que é mais favorável para o conforto térmico da população durantes as noites, reduzindo a necessidade de sistemas de ar condicionado para aquecimento noturno.
A origem das ilhas de calor decorre da simples presença de edificações e das alterações da paisagem feitas pelo homem nas cidades. A superfície urbana apresenta particularidades em relação à capacidade térmica e densidade dos materiais utilizados: asfalto, concreto, telhas, solo exposto, presença de vegetação nos parques, ruas, avenidas, bulevares; também alterações do albedo (reflexão das ondas curtas solares) e à impermeabilização da superfície etc.
O efeito de ilha de calor nos países de latitudes médias (frios ou temperados) é mais marcado no período noturno, e a sua intensidade é função não linear da população urbana.
Cidades do porte de São Paulo apresentam temperaturas do ar no centro da conurbação urbana de até 10 graus Celsius maiores que as encontradas em áreas menos urbanizadas e mais vegetadas na periferia.
Índice
1 Brisa urbana e precipitação
1.1 Ilhas de calor e arquitetura urbana
1.2 Efeitos das ilhas de calor
2 Causa das ilhas de calor
3 Notas e referências
4 Ligações externas
Brisa urbana e precipitação
A brisa urbana carrega o ar mais fresco e úmido da periferia para o centro urbano, tentando reestabelecer as condições mais amenas da temperatura e umidade relativa do ar, e ao mesmo tempo concentra a umidade no topo do domo térmico da CLU, levando a formação de nuvens, e a possibilidade de precipitação convectiva sobre os centros urbanos mais aquecidos (principalmente nas cidades tropicais).
Ilhas de calor e arquitetura urbana
Nova Iorque, EUA.
Rio de Janeiro, Brasil.
São Paulo, Brasil.
Cidade do México, México.O protótipo geométrico definido pelas construções e ruas da cidade do século XIX e XX é o chamado Cânion Urbano, correspondente à cavidade de ar acima das ruas, limitado lateralmente pelas paredes das edificações. A parte superior da cavidade do cânion urbano é aberta para o céu permitindo apenas a entrada e saída limitada da radiação solar durante o dia e a saída limitada da radiação infravermelha (ao longo de todo o dia).
Os materiais que constituem as superfícies urbanas (ruas, prédios, telhados, parques, etc.) apresentam características de reflexão e emissão de radiação térmica diferenciadas em relação às mesmas das áreas rurais e paisagens naturais (florestas, bosques ou um lago por exemplo).
Efeitos das ilhas de calor
As ilhas de calor urbanas são fenômenos microclimáticos favoráveis ao aumento da temperatura no inverno nas cidades de latitudes médias, mas provocam muito desconforto nas cidades de clima tropical e quente.
A ilha de calor é um fenômeno também caracterizado pelo aumento da precipitação convetiva (tempestades associadas a nuvens tipo Cumulonimbus ou Cb) sobre a área urbana ou a sotavento desta (isto é, para onde o vento arrasta o convectivo).
As ilhas de calor agravam as ondas de calor (canículas) com consequências sobre o aumento da mortalidade de idosos e doentes que apresentem redução em sua capacidade de termorregulação corpórea e de percepção da necessidade corpórea de hidratação (idosos e pacientes com doenças mentais ou de mobilidade). Uma canícula muito intensa se abateu na Europa em 2003. A população da frança foi muito atingida e mais de 1500 pessoas morreram nos dias de forte calor, principalmente nas metrópoles, entre os dias 3 e 14 de outubro de 2003 (Ref.: Abenhaim, 2003).
Causa das ilhas de calor
Existem várias causas que explicam a formação de ilha de calor nas cidades:
• efeitos da poluição do ar: o efeito de interação entre a radiação e a poluição atmosférica constituída de partículas e de diferentes gases, como os gases do efeito estufa (CO, CO2, NOx, O3, hidrocarbonetos, entre outros) provoca alterações locais no balanço de energia e radiação que podem ser associadas à formação das ilhas de calor urbanas. Uma série de reações químicas e fotoquímicas podem ocorrer em ambiente urbano poluído. Notavelmente, as reações fotoquímicas associadas à química dos sulfatos e nitratos envolvendo a radiação ultravioleta solar está associada à formação do ozônio, um gás altamente reativo e tóxico. O aumento da irradiância de onda longa da atmosfera em direção às superfícies urbanas associada ao aumento da concentração dos gases do efeito estufa sobre as cidades (C02, metano) modifica o balanço de energia (radiação e fluxos de calor) da superfície e da atmosfera.
• fontes antrópicas de calor: Emissões antrópicas de calor e umidade associadas à queima de combustíveis fósseis, ar condicionado, entre outras podem contribuir em muito para o maior aquecimento urbano.
• mudanças no balanço de radiação: O aprisonamento da radiação solar e infravermelha associada ao balanço local do fluxo radiativo sobre as superfícies dos chamados cânions urbanos. O efeito da geometria do cânion urbano é alterar o albedo urbano como um todo de forma a aumentar a absorção de radiação solar vísivel, com consequente aumento da temperatura. Como consequência tem-se um decréscimo da perda de radiação infravermelha pelos cânions urbanos (cavidades) associada à altura dos prédios e à redução da largura das vias (ruas).
• Efeito da redução das áreas verdes: Decréscimo da evapotranspiração pela impermeabilização das superfícies urbanas e redução de áreas verdes nas cidades. A reduzida fração de área vegetada em áreas fortemente urbanizadas diminui a extensão das superfícies de evaporação (lagos, rios) e de evapotranspiração (parques, bosques, jardins, bulevares). Assim, as atividades humanas alteram os microclimas urbanos e as condições de conforto ambiental das cidades. A impermeabilização dos solos devido à pavimentação e desvio da água por bueiro e galerias, o que reduz o processo de evaporação e evapotranspiração urbana, modificando o balanço hídrico da superfície urbana podendo aumentar a vulnerabilidade da população a enchentes e deslizamentos de terra.
•Uso de materiais muito absorvedores da radiação solar (de baixa refletividade): Maior acumulação de calor durante o dia devido as propriedades de absorção pelos materiais utilizados na construção da cidade (ou urbanização) e sua emissão durante o período noturno. Há balanços de energia e água particulares sobre as áreas urbanizadas, que diferem dos respectivos balanços sobre paisagens naturais ou pouco modificadas. Redução do albedo por devido à geometria dos cânions urbanos e aos sombreamento dos edifícios e elementos da cidade.
•Redução do fator de visada do céu pelos cânions urbanos: Decréscimo da perda de radiação infravermelha pelos cânions urbanos (cavidades) associada à redução do céu visível a partir das paredes dos prédios e das vias. O cânion urbano provoca o aprisionamento de parte da radiação solar que entra pelo topo do cânion através de reflexões múltiplas da luz nas paredes. Essas reflexões múltiplas também ocorrem com a radiação de onda longa (infravermelha sendo emitida pelas paredes internas do cânion, reduzindo a perda de calor por radiação para o espaço (atmosfera).
Devido a esses fatores, o ar atmosférico na cidade é mais quente que nas áreas que circundam esta cidade. O que define um domo térmico associado à Camada Limite Urbana.
Notas e referências
OKE, Timothy R., 1987: Boundary layer climates. London: Methuen, C1978, 372 pp, 24 cm. (Livro-texto, manual).
HENDERSON-SELLERS, Ann, and P. ROBINSON, 1999 (segunda edição): Contemporary Climatology (2nd Edition). Paperback: 344 pages. Publisher: Prentice Hall; 2 edition (May 6, 1999). Language: English. ISBN 0582276314. ISBN 978-0582276314.(Livro-texto, manual).
BRIDGMAN H. A. and J. E. OLIVER, 2006: The global climate system - Patterns, processes, and teleconnections. Cambridge, ISBN 978-0-521-82642-6, including in Chapter 7: Urban impacts on climate an essay of Prof. Dr. Sue GRIMMOND about variability of urban climates. 331 pp.
ABENHAIM, L., 2003: Canicules - La santé publique en question. Fayard. 267 pp. Em francês.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Ilha de calor ou ilha de calor urbana (ICU) é a designação dada à distribuição espacial e temporal do campo de temperatura sobre a cidade que apresenta um máximo, como se fosse uma ilha quente localizada. Há um contraste grande nas fronteiras cidade-campo, cidade-floresta, cidade-corpo de água. Alterações da umidade do ar, da precipitação e do vento também estão associadas à presença de ilha de calor urbana. Em geral, nas cidades de latitudes médias e altas (onde o clima é mais frio) forma-se durante a noite, em associação com o estabelecimento de uma circulação tridimensional na camada limite urbana (CLU) cujo ramo inferior ocorre na forma de um fraco escoamento centrípeto chamado brisa urbana, com intensidade da ordem de 1 a 3 m/s.
Nas cidades de latitudes subtropicais e tropicais devido a alta intensidade da radiação solar incidente as ilhas de calor urbanas ocorrem durante o dia, agravando a sensação e o desconforto devido a elevação da temperatura e à redução da umidade relativa do ar. Nas cidades de clima frio (nas latitudes médias e altas), a ICU tem ocorrência noturna, o que é mais favorável para o conforto térmico da população durantes as noites, reduzindo a necessidade de sistemas de ar condicionado para aquecimento noturno.
A origem das ilhas de calor decorre da simples presença de edificações e das alterações da paisagem feitas pelo homem nas cidades. A superfície urbana apresenta particularidades em relação à capacidade térmica e densidade dos materiais utilizados: asfalto, concreto, telhas, solo exposto, presença de vegetação nos parques, ruas, avenidas, bulevares; também alterações do albedo (reflexão das ondas curtas solares) e à impermeabilização da superfície etc.
O efeito de ilha de calor nos países de latitudes médias (frios ou temperados) é mais marcado no período noturno, e a sua intensidade é função não linear da população urbana.
Cidades do porte de São Paulo apresentam temperaturas do ar no centro da conurbação urbana de até 10 graus Celsius maiores que as encontradas em áreas menos urbanizadas e mais vegetadas na periferia.
Índice
1 Brisa urbana e precipitação
1.1 Ilhas de calor e arquitetura urbana
1.2 Efeitos das ilhas de calor
2 Causa das ilhas de calor
3 Notas e referências
4 Ligações externas
Brisa urbana e precipitação
A brisa urbana carrega o ar mais fresco e úmido da periferia para o centro urbano, tentando reestabelecer as condições mais amenas da temperatura e umidade relativa do ar, e ao mesmo tempo concentra a umidade no topo do domo térmico da CLU, levando a formação de nuvens, e a possibilidade de precipitação convectiva sobre os centros urbanos mais aquecidos (principalmente nas cidades tropicais).
Ilhas de calor e arquitetura urbana
Nova Iorque, EUA.
Rio de Janeiro, Brasil.
São Paulo, Brasil.
Cidade do México, México.O protótipo geométrico definido pelas construções e ruas da cidade do século XIX e XX é o chamado Cânion Urbano, correspondente à cavidade de ar acima das ruas, limitado lateralmente pelas paredes das edificações. A parte superior da cavidade do cânion urbano é aberta para o céu permitindo apenas a entrada e saída limitada da radiação solar durante o dia e a saída limitada da radiação infravermelha (ao longo de todo o dia).
Os materiais que constituem as superfícies urbanas (ruas, prédios, telhados, parques, etc.) apresentam características de reflexão e emissão de radiação térmica diferenciadas em relação às mesmas das áreas rurais e paisagens naturais (florestas, bosques ou um lago por exemplo).
Efeitos das ilhas de calor
As ilhas de calor urbanas são fenômenos microclimáticos favoráveis ao aumento da temperatura no inverno nas cidades de latitudes médias, mas provocam muito desconforto nas cidades de clima tropical e quente.
A ilha de calor é um fenômeno também caracterizado pelo aumento da precipitação convetiva (tempestades associadas a nuvens tipo Cumulonimbus ou Cb) sobre a área urbana ou a sotavento desta (isto é, para onde o vento arrasta o convectivo).
As ilhas de calor agravam as ondas de calor (canículas) com consequências sobre o aumento da mortalidade de idosos e doentes que apresentem redução em sua capacidade de termorregulação corpórea e de percepção da necessidade corpórea de hidratação (idosos e pacientes com doenças mentais ou de mobilidade). Uma canícula muito intensa se abateu na Europa em 2003. A população da frança foi muito atingida e mais de 1500 pessoas morreram nos dias de forte calor, principalmente nas metrópoles, entre os dias 3 e 14 de outubro de 2003 (Ref.: Abenhaim, 2003).
Causa das ilhas de calor
Existem várias causas que explicam a formação de ilha de calor nas cidades:
• efeitos da poluição do ar: o efeito de interação entre a radiação e a poluição atmosférica constituída de partículas e de diferentes gases, como os gases do efeito estufa (CO, CO2, NOx, O3, hidrocarbonetos, entre outros) provoca alterações locais no balanço de energia e radiação que podem ser associadas à formação das ilhas de calor urbanas. Uma série de reações químicas e fotoquímicas podem ocorrer em ambiente urbano poluído. Notavelmente, as reações fotoquímicas associadas à química dos sulfatos e nitratos envolvendo a radiação ultravioleta solar está associada à formação do ozônio, um gás altamente reativo e tóxico. O aumento da irradiância de onda longa da atmosfera em direção às superfícies urbanas associada ao aumento da concentração dos gases do efeito estufa sobre as cidades (C02, metano) modifica o balanço de energia (radiação e fluxos de calor) da superfície e da atmosfera.
• fontes antrópicas de calor: Emissões antrópicas de calor e umidade associadas à queima de combustíveis fósseis, ar condicionado, entre outras podem contribuir em muito para o maior aquecimento urbano.
• mudanças no balanço de radiação: O aprisonamento da radiação solar e infravermelha associada ao balanço local do fluxo radiativo sobre as superfícies dos chamados cânions urbanos. O efeito da geometria do cânion urbano é alterar o albedo urbano como um todo de forma a aumentar a absorção de radiação solar vísivel, com consequente aumento da temperatura. Como consequência tem-se um decréscimo da perda de radiação infravermelha pelos cânions urbanos (cavidades) associada à altura dos prédios e à redução da largura das vias (ruas).
• Efeito da redução das áreas verdes: Decréscimo da evapotranspiração pela impermeabilização das superfícies urbanas e redução de áreas verdes nas cidades. A reduzida fração de área vegetada em áreas fortemente urbanizadas diminui a extensão das superfícies de evaporação (lagos, rios) e de evapotranspiração (parques, bosques, jardins, bulevares). Assim, as atividades humanas alteram os microclimas urbanos e as condições de conforto ambiental das cidades. A impermeabilização dos solos devido à pavimentação e desvio da água por bueiro e galerias, o que reduz o processo de evaporação e evapotranspiração urbana, modificando o balanço hídrico da superfície urbana podendo aumentar a vulnerabilidade da população a enchentes e deslizamentos de terra.
•Uso de materiais muito absorvedores da radiação solar (de baixa refletividade): Maior acumulação de calor durante o dia devido as propriedades de absorção pelos materiais utilizados na construção da cidade (ou urbanização) e sua emissão durante o período noturno. Há balanços de energia e água particulares sobre as áreas urbanizadas, que diferem dos respectivos balanços sobre paisagens naturais ou pouco modificadas. Redução do albedo por devido à geometria dos cânions urbanos e aos sombreamento dos edifícios e elementos da cidade.
•Redução do fator de visada do céu pelos cânions urbanos: Decréscimo da perda de radiação infravermelha pelos cânions urbanos (cavidades) associada à redução do céu visível a partir das paredes dos prédios e das vias. O cânion urbano provoca o aprisionamento de parte da radiação solar que entra pelo topo do cânion através de reflexões múltiplas da luz nas paredes. Essas reflexões múltiplas também ocorrem com a radiação de onda longa (infravermelha sendo emitida pelas paredes internas do cânion, reduzindo a perda de calor por radiação para o espaço (atmosfera).
Devido a esses fatores, o ar atmosférico na cidade é mais quente que nas áreas que circundam esta cidade. O que define um domo térmico associado à Camada Limite Urbana.
Notas e referências
OKE, Timothy R., 1987: Boundary layer climates. London: Methuen, C1978, 372 pp, 24 cm. (Livro-texto, manual).
HENDERSON-SELLERS, Ann, and P. ROBINSON, 1999 (segunda edição): Contemporary Climatology (2nd Edition). Paperback: 344 pages. Publisher: Prentice Hall; 2 edition (May 6, 1999). Language: English. ISBN 0582276314. ISBN 978-0582276314.(Livro-texto, manual).
BRIDGMAN H. A. and J. E. OLIVER, 2006: The global climate system - Patterns, processes, and teleconnections. Cambridge, ISBN 978-0-521-82642-6, including in Chapter 7: Urban impacts on climate an essay of Prof. Dr. Sue GRIMMOND about variability of urban climates. 331 pp.
ABENHAIM, L., 2003: Canicules - La santé publique en question. Fayard. 267 pp. Em francês.
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