As catástrofes terríveis provocadas pelo terremoto e tsunami no Japão demonstram inequivocamente a importância, a necessidade urgente de mudanças mundiais no processo de escolha de seus governantes.
A Humanidade tem o direito de saber tudo, conhecer detalhes de suas estruturas, decidir matematicamente que padrões de conforto e segurança poderá ter.
A educação é o primeiro passo. Não é fazendo pessoas alienadas que delas teremos soluções e decisões necessárias e suficientes ao futuro.
Felizmente não estamos no século vinte, e sim começando o terceiro milênio da era cristã com ferramentas fabulosas de comunicação e processamento de dados que ninguém imaginava poderem chegar a esse ponto, e vão melhorar muito. O desafio é usar direito, de forma adequada.
Podemos somar em trilhões de dólares o que a Humanidade gasta para se matar, quanto investe na própria segurança?
A Terra é dinâmica, o Universo mais ainda. Em dezembro do ano passado dois asteroides, num único dia de dezembro, passaram raspando a Terra. Se a tivessem atingido, tudo isso que vemos no Japão seria um simples aperitivo, pior ainda se tocassem em áreas com grandes instalações, metrópoles, ou mesmo em alguns lugares de nossas placas tectônicas esperando a oportunidade para se movimentarem um pouco mais. O vulcão islandês, de nome impronunciável, se durasse um pouco mais expelindo sua fumacinha faria um tremendo estrago e a plataforma de petróleo que explodiu no Golfo do México mostrou como alguns descuidos humanos podem virar um pesadelo monumental, sem esquecer o desastre de Chernobyl.
Tudo isso pode se repetir com efeitos piores e nós podemos, sabendo disso, implementar algumas alternativas.
A primeira é imitar a avestruz, enfiar a cabeça em algum buraco metafísico, esportivo ou carnavalesco e esquecer tudo. Outra é esperar que nossos políticos discutam isso com seriedade e proponham soluções em parceria com o Poder Executivo e a Sociedade Civil. A terceira via é assumirmos as funções do Poder Legislativo e começarmos a analisar nossas instituições e projetos de modo a torná-los seguros e adequados a um planeta em constante mutação.
A existência de megalópoles é um fato recente e elas são extremamente frágeis. Se no passado a população da Terra era distribuída entre florestas e savanas, agora se concentra (muitas vezes no lugar menos indicado) em unidades que demandam enormes estruturas e volumes fabulosos de energia para manterem a população viva.
O Japão não dispõe de muitas opções de distribuição demográfica, o Brasil tem, assim não precisamos concentrar milhões de pessoas dentro da Mata Atlântica ou no meio da floresta amazônica.
Devemos investir muito contra nosso maior inimigo, a falta de educação e instrução. Precisamos gastar bilhões de dólares em armamentos contra os mosquitos transmissores de doenças que estão se transformando num pesadelo nacional, erradicar a miséria, investir maciçamente em saneamento básico, adotar novas estratégias de urbanização, cuidar até de balneários superlotados em época de temporada, verdadeiras armadilhas diante de maremotos ou simples acidentes maiores que provoquem pânico, precisamos, enfim, da melhor Engenharia (e não da mais “barata”), de projetos feitos com cuidado e não decididos em gabinetes fechados, de métodos de decisão honestos e responsáveis para tudo.
Acima de tudo nosso povo carece ser educado para a Democracia Direta, sem intermediários, de modo a que aprenda e exerça o direito de escolher o seu futuro, sem intermediários, comissões, assembleias de minorias onde vale tudo, menos a honestidade intelectual.
Cascaes
12.3.2011
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