Um cenário que se repete ano a ano e que irrita diante da omissão criminosa dos Governos (em todos os níveis) é saber que temos brasileiros submetidos, a maior parte deles, à violência das águas por excesso ou falta desse líquido precioso quando bem usado..
A raiva aumenta quando observamos as prioridades e programas de obras, a preocupação mórbida do Banco Central em seguir uma estratégia infeliz de combate à inflação (inibindo investimentos importantes) e a mediocridade de lideranças políticas e corporativas diante do pesadelo que um Brasil tropical está sujeito, mas que poderia ser minimizado se houvesse vontade, determinação e competência. Aliás, sobre a atuação dos Bancos Centrais vale a pena ver o filme (Trabalho Interno), imperdível para quem quiser entender uma dinâmica que no Brasil tem sua forma específica de agir.
Sabemos que muito pode e deve ser feito para se garantir a segurança dos brasileiros, mais ainda quando muitas concessões (usinas hidroelétricas) estão prestes a vencer, ou seja, é o momento de formular e discutir reformas importantes e obras complementares.
Aprendemos muito em momentos terríveis.
Na diretoria de Operação da Copel enfrentamos uma enchente assustadora na década de noventa. Por sorte ela coincidiu com uma reunião do pessoal que cuida dos rios em Curitiba entre a Eletrosul e a Copel. Apesar de inúmeros doutores no assunto só abrimos as comportas no último minuto, ainda com hesitação dos operadores... As informações meteorológicas eram precárias, mas a frente de instabilidade passara antes pelo Rio Grande do Sul, possibilitando uma antevisão do que teríamos aqui.
Isso motivou muitas coisas, desde a utilização de relatórios quase instantâneos graças à competência do pessoal de Informática da Copel até a proposta, adiante, da criação do que viria a ser o SIMEPAR (SIMEPAR - Tecnologia e Informações Ambientais), isso sem falar na revisão do sistema de telecomunicações que era insuficiente diante do potencial que se abria com as fibras óticas, assim como uma revisão das normas operacionais para a Usina Governador Bento Munhoz da Rocha Netto (COPEL).
Ou seja, aos poucos descobrimos os limites, virtudes e defeitos da tecnocracia da empresa, assim como o tremendo potencial que a Engenharia permitia e não era usada.
Teremos revisões de concessões e a passividade de determinadas agências, ministérios e secretarias precisam mudar, interagindo com o Poder Político e a sociedade civil organizada e criando propostas melhores, mais ajustadas às nossas necessidades.
O Brasil possibilita grandes, médios e pequenos projetos a favor de sua segurança e maior produtividade. Escrevemos nesse espaço, Paraná Político, o artigo “Pesadelos com bons paliativos”. Muitos outros poderão ser produzidos, contando histórias que vivemos pessoalmente em diversos cenários.
Um livro que merece ser lido, valendo pelo registro das mudanças brutais do clima e do nível dos oceanos, entre outras coisas, é (Uma breve História do Mundo). A pergunta que devemos fazer é: seremos passivos?
O Brasil está investindo pesado em obras nem sempre prioritárias, algumas polêmicas e caras, como, por exemplo, a preparação do país para a Copa do Mundo de 2014. Até parece que estamos em 1950, quando o Mundo estava quebrado e os brasileiros desperdiçaram muito dinheiro...
Às vítimas das secas e enchentes perguntamos se já ouviram falar da ANA (Agência Nacional de Águas - ANA) e ANEEL (Agencia Nacional de Energia Elétrica - ANEEL); se conhecem a fundo as atribuições dos órgãos de Defesa Civil e Meio Ambiente; se imaginaram que poderiam estar em situação melhor se houvéssemos priorizado nossas necessidades, em vez de dar atenção excessiva a propostas oportunistas de ONGs e fundações externas ao Brasil, além de modismos irresponsáveis?
Sendo de Santa Catarina e de Blumenau vimos em desespero de causa o desinteresse de políticos e tecnocratas na formulação e defesa de projetos que poderiam reduzir a violência das enchentes. Só quem morou ou vive em lugares perigosos sabe quanto pode significar um centímetro a mais ou a menos no nível das águas, informações objetivas e boa engenharia. Parece que nosso povo catarinense começa a reagir. E no resto do Brasil, como enfrentaremos o século 21 e a possibilidade de mudança em perfis hidrológicos, clima etc.?
Cascaes
4.1.2012
(s.d.). Fonte: Agência Nacional de Águas - ANA: http://www2.ana.gov.br/Paginas/default.aspx
(s.d.). Fonte: Agencia Nacional de Energia Elétrica - ANEEL: http://www.aneel.gov.br/
(s.d.). Fonte: SIMEPAR - Tecnologia e Informações Ambientais: http://www.simepar.br/
Blainey, G. (s.d.). Uma breve História do Mundo (2 ed.). Fundamento Educacional.
Cascaes, J. C. (s.d.). Trabalho Interno. Fonte: Livros e Filmes Especiais: http://livros-e-filmes-especiais.blogspot.com/2012/01/trabalho-interno.html
COPEL. (s.d.). Usina Bento Munhoz da Rocha Netto. Fonte: COPEL: http://www.copel.com/hpcopel/root/nivel2.jsp?endereco=%2Fhpcopel%2Froot%2Fpagcopel2.nsf%2F044b34faa7cc1143032570bd0059aa29%2Fe307f2c9b2edc56303257412004fdb91
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