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sábado, 13 de fevereiro de 2010

Vamos mudar nossas capitais para o interior?

Cidades modelo, belas capitais sustentáveis


O século 21 começou com uma enxurrada de discursos e lamentos dos ambientalistas. As mobilizações contra o aquecimento planetário culminaram com a COP15, onde seis centenas de brasileiros estiveram (quem pagou a conta?) para aplaudir as teses do Al Gore e de lá saírem rapidamente para não morrerem congelados.

Questões e teses ambientais abundam, e as soluções?

Temos desafios inegáveis, entre eles a péssima localização das capitais da maioria dos estados brasileiros. Conseqüência da tão amada história das nossas elites, devemos lembrar que os donatários das capitanias, criadas no Brasil no século 16, fixaram suas sedes em locais costeiros, lançando as bases do Brasil praieiro, que perdura até hoje.

Nossa capital, contudo, agora é Brasília, cidade que serve de apresentação ao mundo da nossa capacidade (boa e má) de inventar, desenhar, projetar e construir uma cidade no centro geográfico do Brasil. Os mineiros, já em 1897, davam o exemplo inaugurando a nova capital, paradigma inteligente para Juscelino Kubitschek, que em 1960 inaugurou nossa atual capital federal, conseqüência do empenho e entusiasmo de JK.

As mudanças dessas duas capitais assim como a criação de Palmas, capital do estado de Tocantins, podem servir de exemplo minucioso de como se devem fazer cidades, ilustrando muito bem conceitos equivocados ou acertados de nossos grandes planejadores.

Temos capitais no litoral, à beira mar, outras a centenas de metros acima do mar, junto às praias e ainda algumas a poucos quilômetros para dentro dos rios, lugares certos?

O resultado da concentração no litoral já há alguns séculos está criando metrópoles, megalópoles, verdadeiras monstrópoles em locais que deveriam ser preservados, salvos ou no mínimo preservados antes que a poluição e a expansão da cidade destruam o que ainda existe em volta. Nossos grandes rios, exceto o Rio Amazonas, nascem no leste e fluem para oeste, alguns correndo longos trechos em paralelo ao litoral até voltar para o Atlântico. Isso significa instalar milhões de brasileiros nas nascentes onde disputam as águas com os próprios rios, degradando ambientes que deveriam ser bem cuidados.

Olhando os mapas de alguns estados, entre eles Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Pará, Maranhão, Pernambuco e outros sentimos que esses estados ganhariam muito se transferissem suas capitais para o interior, em locais previamente escolhidos em função de oportunidades viárias, topográficas, com água e espaços adequados a novas e bem feitas capitais.

Quanto custaria?

Talvez zero para os contribuintes se os governos licitassem direitos de exploração de serviços e obras e deixassem para investidores privados o desafio de fazer, preservando espaços e até dando palácios para os governantes.

Podemos imaginar o belíssimo exemplo que o Brasil criaria inibindo o crescimento de cidades já grandes demais, iniciando obras dentro dos mais modernos e lúcidos conceitos de urbanismo e criando atividade econômica justa e perfeita (tanto quanto possível) a favor das gerações futuras.

Vemos o Governo Federal anunciando projetos gigantescos, por quê não dar suporte aos estados para mudanças mais do que necessárias?

É bom lembrar que a viabilização do crescimento de metrópoles custa muito caro, exige subsídios e tecnologia importada (máquinas e tecnologia sofisticadas).

Construção civil usa material brasileiro, trabalhadores brasileiros, tecnologia nacional que dominamos e podemos ensinar, mais ainda se criarmos oportunidades para os nossos urbanistas.



Cascaes

13.2.2010

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